Balanço 2021/2022 das atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto “A Natureza é a Melhor Sala de Aula”

O projeto “A Natureza é a melhor Sala de Aula” (NSA), desenvolvido através de uma parceria entre o Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto (CRE. Porto) e o Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano (CEDH) da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto, está a ser implementado desde o ano letivo 2018/019 no Agrupamento de Escolas de Coronado e Castro.

O objetivo deste projeto consiste em potenciar o contacto das crianças e jovens com o meio natural, nomeadamente com os espaços verdes da escola e outros envolventes, através do desenvolvimento de atividades que visam a aquisição/reforço das aprendizagens essenciais e a promoção de competências transversais.

Neste ano letivo estiveram envolvidas três turmas da Escola Básica do Castro (5.ºC1; 8.ºA1; 8.ºC1) e três turmas da Escola Básica e Secundária de Coronado e Castro (5.ºB e 7.ºC, 9.ºB).

Os alunos gostaram muito das atividades dinamizadas e revelaram interesse em continuar para o próximo ano letivo.

Confira as fotos e alguns vídeos das atividades desenvolvidas este ano letivo

Fotos 1

Fotos 2

Símbolo da Paz

Na Escola Básica do Castro, a turma do 5ºC1, após a proposta para a realização de um trabalho em grupo, ao ar livre, seguiu entusiasmada para o exterior.

Nas aulas de Educação visual, os alunos tinham estado a aprender que a comunicação visual, desde a pré-história até à atualidade, sempre teve um papel fulcral na transmissão de mensagens. Para o fazer, o homem utilizou e utiliza diferentes códigos de comunicação e, neste caso, foi proposto que utilizassem os símbolos, mais propriamente, o símbolo da Paz.

Os grupos começaram por esboçar linhas de apoio no chão, com giz e, depois de feitas estas orientações, preencheram a forma com elementos naturais que recolheram no jardim da escola: folhas de plantas, galhos, flores…

No final, sentiram que também eles são capazes de transmitir mensagens com um grande poder ideológico. Para o conseguirem, atenderam à necessidade de um trabalho concertado por todos os elementos do grupo, aliado à criatividade na recolha e exploração de elementos naturais.

Banda Desenhada

Na passada semana, os alunos do 5ºC1, da Escola Básica do Castro, voltaram a ter a aula de Educação Visual no exterior da escola.

Assim, foi no meio da Natureza que deram continuidade aos seus trabalhos de Banda Desenhada. Com os seus materiais, sem faltar uma prancha para suporte, saíram entusiasmados da sala de aula para desenvolverem os trabalhos na sombra de árvores frondosas do jardim da escola.

E, sabe-se lá porquê, no final os resultados foram mesmo bons!

Artambiente

Após a conclusão da temática Diversidade de seres vivos e suas interações com o meio, a aula de Ciências Naturais do dia 7 de junho do 5.º B, da EBSCC, decorreu na Natureza, fora da sala de aula, “A Natureza na sala de aula – Artambiente”.

Os alunos em grupo foram para os jardins da escola procurar materiais naturais para construir modelos de animais tendo em conta as várias caraterísticas abordadas dos animais. Cada grupo tinha que construir um modelo de um animal que lhes tinha sido sorteado. Os alunos não sabiam qual o modelo do animal atribuído aos outros grupos. Após todos terem terminado, cada grupo foi identificar/descobrir o animal dos outros grupos e argumentou a sua escolha.

Todos os alunos manifestaram muito empenho, interesse e gosto na realização da atividade.

Detetives da Natureza

Na EBSCC no dia 25 de março, a aula de Ciências Naturais do 7.º C decorreu na Natureza, fora da sala de aula, ao abrigo do projeto educativo “A Natureza é a melhor Sala de Aula”. Nesse dia, os alunos foram “Detetives da Natureza”, pesquisarem e identificarem amostras de rochas existentes na Escola. 

No recinto escolar existe um lago artificial ladeado por fragmentos/blocos rochosos. Os alunos aceitaram o desafio e selecionaram exemplos de amostras dos principais grupos de rochas existentes em Portugal – sedimentares, magmáticas e metamórficas. Nos blocos de granito que também existem no espaço escolar, observaram e identificaram os seus principais minerais constituintes. E nos bancos de cimento do recreio, os seixos rolados usados na sua construção. Esta aula, além de cativar pela diferença, revelou-se enriquecedora para os alunos, uma vez que puderam ter uma experiência in loco de proximidade com o seu meio escolar.

Plantação de rabanetes num dos novos canteiros da escola.

Na Escola Básica do Castro este ano letivo foram construídos novos canteiros pelos auxiliares de ação educativa no recinto escolar. Estes foram preenchidos com o composto produzido na compostagem realizada dentro do recinto escolar. Neste sentido, os alunos tinham o espaço para poderem plantar/semear ervas aromáticas e/ou produtos hortícolas. Com haviam sido feitas sementeiras em janeiro de rabanetes em cuvetes, estes já estavam com um tamanho ideal para serem plantados e assim a 17 de fevereiro os alunos da turma A1 do 8º ano estiveram envolvidos na plantação desta hortícola de crescimento relativamente rápido. Esta atividade inserida no projeto Eco-Escolas, procurou sensibilizar os alunos para a agricultura biológica e para a ingestão de produtos hortícolas, como forma de prevenção de algumas doenças.

Alguns alunos envolveram-se mais do que outros nesta atividade, outros preferiram construir etiquetas para a identificação desta e de outras plantações. A turma C1 do 8º ano no dia 22 de fevereiro também esteve envolvida nesta atividade.

Espécies pioneiras – Sucessão ecológica

Na Escola Básica do Castro nos dias 23 de fevereiro e 5 de abril os alunos da turma C1, na disciplina de Ciências Naturais, após terem explorados os conceitos de sucessão ecológica primária e sucessão ecológica secundária, foram à procura de espécies pioneiras no recinto escolar. O desafio lançado foi recolherem fotos destas espécies e partilhá-las no Teams. Foram disponibilizados os seguintes materiais: lupa, máquina fotográfica (para quem não tinha telemóvel e um livro para a identificação de líquenes.

Nesta atividade verifiquei que os alunos estiveram a maior parte do tempo envolvidos na atividade e escolheram autonomamente um porta-voz/coordenador de equipa.

Esta atividade permitiu aos alunos descobrir espécies de líquenes através do aspeto, forma e cores que eles apresentam. Com os fatores abióticos já haviam sido abordados um dos grupos ao fotografar os musgos debaixo de um banco aperceberam-se que a distribuição desses indivíduos não era uniforme, recordaram-se através de uma pesquisa que essa distribuição está condicionada pela luminosidade e humidade. Face ao exposto considero que esta atividade decorreu muito bem.

Esta atividade também foi aplicada aos alunos da turma 8ºA1 no dia 5 de abril 2022, nos mesmos moldes, ou seja, em grupo, os alunos foram explorar se conseguiam encontrar evidências de algum substrato estar a ser colonizado por seres vivos pioneiros. No final de 45 minutos todos os grupos haviam recolhido pelo menos 4 fotos distintas.

As atividades na Natureza têm um efeito eletrizante junto de todos os alunos, uma vez que se sentem mais livres, pelo facto de serem eles no centro das descobertas, por estarem a indagar algo, ou mesmo pela estratégia de ensino utilizada.

Teia alimentar marinha

Como um dos domínios de autonomia curricular para o 8º ano da Escola Básica do Castro era os “Oceanos” na disciplina de Ciências Naturais, em abril de 2022 nos dias 6 e 7 as turmas C1 e A1, respetivamente desse ano de escolaridade recriaram uma Teia Alimentar Marinha. Iniciaram-se os trabalhos de pesquisa sobre as espécies marinhas que habitam junto à costa portuguesa. Se a espécie fosse heterotrófica então pesquisava-se o seu regime alimentar. Numa segunda fase cada aluno era atribuído uma das espécies pesquisadas. Algumas dessas espécies tiveram que ser desenhadas pelos alunos para dar tempo aos outros para retirarem informação e também desenhar/fotocopiar a imagem dessa espécie. Por de trás de cada imagem tinham que escrever de que se alimentava essa espécie heterotrófica.

Assim, para esta atividade foram precisas folhas, canetas, lápis e fios de trapilhos de diferentes cores ou mesmo novelos de lã.

Posteriormente os alunos foram para o exterior da sala de aula e colocaram-se em círculo.

Solicitou-se aos alunos que dissessem em voz alta o nome da espécie que tinham representado na sua folha. Depois escolheu-se aleatoriamente um aluno para ler o regime alimentar da espécie que representava e assim por cada item mencionado era-lhe dado um atilho que tinha que segurar numa ponta e atirar para o colega que tinha o nome a espécie que lhe servia de alimento e assim sucessivamente até todos os alunos terem pelo menos um atilho/fio de lã na sua mão.

Fotografou-se a teia final e também foram colocadas questões orais sobre os impactes da ação humana sobre os ecossistemas marinhos.

Os alunos adoraram a atividade e puderam experienciar o quão complexa pode ser uma teia alimentar e a sua fragilidade.  

A Natureza de Para-quedas

Depois do sucesso verificado em anos anteriores este ano demos continuidade ao projeto a Natureza é a Melhor Sala de aula e como em “Equipa Vencedora não se Mexe” o projeto foi desenvolvido com os mesmos alunos do ano letivo anterior, da turma B, atualmente a frequentarem o  ano de escolaridade. Assim a atividade selecionada foi “A Natureza de Para-Quedas”. Esta atividade procura criar um melhor entendimento de conceitos físicos através de um exercício prático em que os alunos são desafiados a analisar, criar, interrogar, testar e a trabalhar em grupo/equipa para completar um desafio “em queda livre” recorrendo a recursos naturais. Todos os materiais utilizados na atividade, ramos, galhos, folhas, etc foram recolhidos na natureza, sem nunca danificar as plantas, aliás tivemos muita sorte pois aproveitamos o período em que se realizou a poda/corte da vegetação da escola para recolha dos mesmos, dando uma “segunda vida” a materiais que de outra forma iriam para o lixo. Infelizmente por motivos técnicos (perda de imagens e vídeo) não nos é possível mostrar a recolha desses materiais, mas nas fotos e vídeos disponibilizados é possível constatar os que foram utilizados.

A tarefa consistia em construir uma estrutura com o propósito de proteger um ovo que seria lançado de uma plataforma elevada. Assim os alunos organizaram-se em 7 grupos/equipas, construindo respetivamente 7 estruturas, mais uma construída pelo professor. Apenas as estruturas resistentes em cada uma das fases passavam à fase seguinte de lançamento. O primeiro lançamento foi realizado do chão (todas as estruturas conseguiram que o ovo permanecesse intacto), o segundo lançamento foi realizado em cima de uma mesa (apenas uma estrutura não impediu que o ovo se partisse) e o terceiro lançamento foi realizado da janela do 1.º andar da escola em que, nem o professor inicialmente acreditou no sucesso, 3 estruturas permitiram que o ovo não partisse. Não, a estrutura construída pelo professor não foi uma delas.

Pretendeu-se ainda com a concretização desta atividade promover a relação entre conceitos físicos e a sua aplicabilidade no contexto científico e académico, assim a sua preparação, execução e avaliação/análise serviu também para a introdução/desenvolvimento/consolidação de conteúdos como movimentos retilíneos e sua descrição, unidades do Sistema Internacional (SI), construção de gráficos posição-tempo, medições, distância percorrida e rapidez média.

Esperando que os mais eruditos não nos levem a mal por esta “adaptação livre” das palavras de Fernando Pessoa esta é uma das atividades em que se pode dizer que “O homem (alunos) sonha(m), Deus quer, a obra nasce (Para-Quedas) e os ovos lançados não partem……”.

Estamos convencidos que se a NASA tiver conhecimento dos excelentes resultados obtidos ainda poderá replicar estas estruturas nos seus futuros lançamentos para a superfície de Astros…..

Vídeo


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