DAC, um projeto que permitiu aos alunos do décimo primeiro ano, frequentadores de uma pequenina, mas dinâmica escola, a exploração em “4D” de duas das suas disciplinas curriculares.

A turma mista em áreas do 11ºA da Escola Básica e Secundária de Coronado e Castro, no dia 25 de maio de 2022, em interdisciplinaridade com as disciplinas de Filosofia e Português, realizou uma visita de estudo denominada DAC, Diretos à Arte. Este projeto visava integrar conteúdos do programa de ambas as disciplinas, a arte – sobretudo o grande problema filosófico, “Que características fazem de um objeto uma obra de arte?” – e as principais vertentes artísticas já existentes. A experiência, segundo os alunos, compara-se à visualização 4D de obras de arte de todas as formas e feitios: “Parece que fomos ao cinema!”.

Cerca de vinte e cinco alunos e duas professoras, nomeadamente, a professora Fernanda Moreira e Isabel Silva, na manhã ensolarada, visitaram a Torre literária pertencente à Fundação Cupertino Miranda em Vila Nova de Famalicão. Lá foi-lhes proporcionada uma orientadora que, de início, projetou a vida do fundador e logo depois começou a explorar as obras de arte pintadas, fotografadas e escritas, tal como os respetivos autores portugueses. Os alunos participaram na leitura das obras e ainda tiveram a oportunidade de se reverem em muitas delas. A fundação Cupertino Miranda, a maior exposição do surrealismo em Portugal, conseguiu despertar “a chama” nestes alunos no que diz respeito à literatura nacional. “Realmente, conseguiram louvar e simplificar a literatura portuguesa”, afirmou Tatiana Silva.

De seguida e, ainda de manhã, os mesmos tiveram a oportunidade de desbravar a esplêndida Casa das Artes. Aqui o 11ºA da área de Ciências e Humanidades explorou a Casa mais artística de Portugal através de um “tour” completo e detalhado. Tiveram acesso ao funcionamento do edifício, artistas alojados, curiosidades do mundo do teatro e os seus bastidores, segredos das sete distintas formas de arte e, ainda visualizaram uma amostra de um espetáculo da companhia de dança contemporânea, chegando alguns a emocionarem-se.

Já na parte da tarde, no parque de Sinçães, após um almoço em convívio, a turma dirigiu-se ao Centro Interpretativo de Grafismo n’A Casa ao Lado. Aprenderam que o grafismo, ao contrário do que os preconceitos atuais proclamam, nos remete para a época do paleolítico (era de necessidade de expressão do ser humano) e nem sempre possui uma conotação negativa e destrutiva. Entretanto, seguiu-se, assim, o Labirinto das Artes. Uma viagem pelo corredor da história da arte global desde o início das civilizações- das cavernas do Paleolítico, atravessando a Idade dos Metais, o Antigo Egito, a Grécia Antiga, o Império Romano, a Idade Média, o Renascimento, o Neoclassicismo, o Impressionismo, diferentes movimentos artísticos do Séc. XX (Expressionismo, Cubismo, Surrealismo, Pop Art) até a uma obra de Vhils, o artista urbano português mais conhecido da atualidade. Após este percurso temporal, os alunos tiveram a oportunidade de expressam livremente a sua versão de grafiteiros numa atividade que incluía a pintura e grafiti de um mural, homenageando, ainda artistas desta vertente renomados mundialmente.

Em finalização desta visita de estudo, ao final do dia, o 11ºA chegou ao local que a aluna Rita Magalhães prefere denominar de “o tão aguardado ápice de todo o projeto”. A casa onde o já falecido exímio autor Camilo Castelo Branco situada, na Quinta de S. Miguel de Seide, se instalou durante o inverno de 1890 foi renovada e transformada numa Casa-Museu. Um orientador e historiador da vida de Camilo partilhou um pouco do seu conhecimento acerca da atribulada existência do mesmo e das suas composições enquanto entravamos em cada divisão do seu lar. De forma ilustre e clara, a turma apercebeu-se da magnitude de Camilo Castelo Branco – o homem com trinta mil palavras – enquanto autor, através da sua história e aprendeu a reconhecer, valorizando a obra do mesmo até agora estudada em contexto de sala de aula, “Amor de Perdição”.

Assim o projeto encerrou-se. Com a “experiência 4D” de todas as formas de arte igualmente nacionais e mundiais. A pintura, literatura, fotografia, grafiti, escultura dança e muito mais fizeram-se presentes na DAC proporcionando a vinte e cinco alunos e duas professoras com traquejo a história da arte – “Uma vivência para recordar!”, afirmou a professora Fernanda Moreira.

Rita Magalhães, aluna da turma do 11ºA da Escola Básica e Secundária de Coronado e Castro


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